terça-feira, 31 de maio de 2016

20 dicas para parar de fumar

Nos últimos anos, é possível perceber que o combate ao tabagismo tem tido importantes avanços. Alguns exemplos desse panorama são as leis estaduais antifumo, as recentes regulações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que proibiu a adição de canela, menta e cravo em cigarros e restringiu ainda mais sua propaganda; além da divulgação de pesquisas e estudos importantes sobre o tema, como o Atlas do Tabaco.
Até mesmo em filmes e novelas, o cigarro, que foi tão glamourizado no passado, deixou de ser um “objeto de cena”. Apesar de tudo isso, o tabagismo continua sendo considerado uma epidemia pela classe médica e os esforços para reduzir a dependência e a conscientização deste mal precisam continuar.
Para se ter uma ideia, em 2011, o cigarro causou a morte de 6 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo que, 80% desses óbitos aconteceram em países que possuem uma grande população de baixa renda. Esses números englobam fumantes e não fumantes, uma vez que o fumo passivo é tão perigoso quanto o ativo.
Dados mostram que, no ano passado, 600 mil não fumantes morreram em decorrência da exposição involuntária ao fumo. O fato é que as pessoas até conhecem os males do tabagismo, mas a dependência à nicotina é muito forte.
Na mente do tabagista, o cigarro é algo que proporciona prazer, relaxamento, diminuição da ansiedade, aumento da concentração, redução da fome, sensação de conforto, enfim, efeitos psicoativos muito favoráveis. Mas tudo isso é causado pelo efeito da nicotina no cérebro. São cerca de cinco mil substâncias tóxicas ingeridas em uma tragada e os impactos dessa bomba de substâncias nocivas são devastadores no corpo humano.
Com o tempo, a mistura de gases e partículas tóxicas no organismo desencadeia mais de 50 tipos de doenças diferentes. Além de câncer, problemas cardiovasculares e respiratórios, ainda há o aumento das incidências de derrame cerebral, doença vascular periférica (problemas circulatórios), impotência e morte súbita.
Especialistas avaliam que a eliminação da dependência à nicotina envolve, além de mudança comportamental, um tratamento que combine terapias, incluindo medicamentos que solucionem os sintomas da abstinência que podem comprometer o sucesso da cessação do tabagismo.
Atualmente, o tratamento farmacológico do tabagismo inclui diversas terapias, entre elas a vareniclina, desenvolvido especificamente para ajudar o paciente a parar de fumar. Mas o importante é buscar orientação médica. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que fumantes que tentam parar de fumar sem ajuda médica têm uma menor chance de sucesso (média de 5%). E mesmo entre os que conseguem largar o cigarro, apenas de 0,5% a 5% mantêm a abstinência por um ano sem apoio médico.
O pneumologista dá 20 dicas que podem ajudar na cessação do tabagismo:

1- Acredite em si mesmo. Acredite que você pode abandonar o cigarro. Pense em algumas das coisas mais difíceis que você já fez em sua vida e perceba que você tem coragem e determinação para deixar de fumar. Cabe a você.

2- Depois de ler esta lista, sente-se e escreva a sua própria lista, adaptando-a para a sua personalidade e maneira de fazer as coisas. Crie seu próprio plano para parar de fumar.
3- Escreva porque você quer parar de fumar: viver mais, sentir-se melhor, pela sua família, para economizar dinheiro, encontrar um (a) companheiro (a) com mais facilidade, etc. Você sabe o que é ruim sobre o tabagismo e sabe o que ganhará ao desistir. Coloque no papel para lê-lo diariamente.
4- Peça à sua família e amigos para apoiar sua decisão de abadonar o cigarro. Peça a eles que sejam apoiadores e que nao façam julgamentos. Deixe-os saber antecipadamente que você, provavelmente, ficará irritado e até mesmo irracional enquanto estiver parando de fumar.
5- Defina um dia para parar de fumar. Decida o dia em que você cessará o hábito para sempre. Anote e se planeje. Prepare sua mente para “o primeiro dia do resto da sua vida”. Você poderá até fazer uma pequena cerimônia quando fumar o último cigarro.
6- Fale com seu médico sobre parar de fumar. Está provado que o apoio e orientação de um especialista aumentam as chances de sucesso na cessação do tabagismo.
7- Comece um programa de exercícios. A atividade física é incompatível com o tabagismo. O exercício alivia o estresse e ajuda o corpo a recuperar os danos de anos causados pelo cigarro. Se necessário, comece devagar com uma curta caminhada uma vez ou duas vezes por dia. Faça 30 a 40 minutos de atividade física, 3 ou 4 vezes por semana. Mas consulte seu médico antes de iniciar qualquer programa de exercícios.
8- Faça uma respiração profunda cada dia durante 3 a 5 minutos. Inspire pelo nariz muito lentamente, prenda a respiração por alguns segundos e expire lentamente pela boca. Tente fazer a sua respiração com os olhos fechados e ir para a etapa 9.
9- Visualize seu caminho para se tornar um não fumante. Ao fazer a sua respiração profunda na etapa 8, você pode fechar os olhos e começar a imaginar-se como um não fumante. Veja você desfrutando da atividade física no passo 7. Imagine-se recusando um cigarro que alguém lhe oferecer. Veja você jogando todos os seus cigarros fora e ganhando uma medalha de ouro ao fazê-lo. Desenvolva suas próprias visualizações criativas.
10- Diminua seus cigarros gradualmente (se você cortar gradualmente certifique-se de definir uma data em que irá parar de fumar). Maneiras de cortar gradualmente incluem: planejar quantos cigarros você fuma por dia até a data em que irá parar, diminuindo o número de cigarros fumados a cada dia; comprar apenas um pacote de cada vez; mude de marca para que você não goste de fumar tanto; dê seus cigarros para outra pessoa para que peça a ela toda a vez que quiser fumar.
11- Pare de fumar de forma abrupta. Muitos fumantes acham que a única maneira de realmente parar de uma vez por todas é parar abruptamente, sem tentar diminuir lentamente. Encontre o método que funcione melhor para você: parar gradualmente ou lentamente. Se uma maneira não funcionar, faça o outro.
12- Encontre um outro fumante que esteja tentando parar, e ajudem-se mutuamente com palavras positivas e ouvindo desabafos.
13- Faça uma limpeza dental. Aproveite a forma como seus dentes aparentam e planeje mantê-los dessa maneira.
14- Após cessar o tabagismo, planeje a comemoração dos marcos de sua jornada para se tornar um não fumante. Após duas semanas livre de fumo, veja um filme. Depois de um mês, vá a um restaurante chique. Depois de três meses, passe um final de semana na praia ou no seu lugar favorito longe da cidade. Após seis meses, compre algo frívolo. Depois de um ano, faça uma festa para si mesmo. Convide sua família e amigos para seu "aniversário" e comemore sua nova chance de ter uma vida longa e saudável.
15- Beba muita água. Água é boa de qualquer jeito e muitas pessoas não bebem o suficiente. Ela ajudará a eliminar a nicotina e outras substâncias químicas para fora de seu corpo e também poderá ajudar a reduzir os "desejos orais" que você pode ter.
16- Saiba o que provoca seu desejo por um cigarro, como o estresse, o fim de uma refeição, a chegada no local de trabalho, entrando em um bar etc. Evite esses gatilhos ou, se possível, planeje alternativas de lidar com os gatilhos.
17- Encontre alguma coisa para segurar em sua mão e boca, para substituir cigarros. Considere canudos ou você pode tentar um cigarro artificial chamado EZ Quit encontrado aqui: http://www.quitsmoking.com/ezquit.htm
18- Escreva uma canção ou um poema inspirado na cessação do tabagismo, cigarros e o que significa para você parar de fumar. Leia-o diariamente.
19- Tenha uma foto de sua família ou de alguém muito importante em todos os momentos. Em um pedaço de papel, escreva as palavras "Eu estou parando por mim e por você” (ou por eles) e deixe junto da foto. Sempre que você tiver o desejo de fumar, olhe para a foto e leia a mensagem.
20- Sempre que você tiver vontade de fumar, em vez de acender um cigarro, escreva seus sentimentos ou o que está em sua mente. Guarde este "diário" com você em todos os momentos.
fonte: exame.com

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Aprenda a substituir o sal por temperos frescos e saudáveis

Crédito: aboikis

Temperos industrializados, como caldos em cubos e molhos prontos são considerados alimentos ultraprocessados. No geral, esses produtos possuem quantidades excessivas de sal, gordura e açúcares, que contribuem para o maior risco de desenvolvimento de doenças do coração, diabetes e vários tipos de câncer. 
O sal é uma das principais fontes de sódio da alimentação e seu consumo exagerado pode resultar no aumento da hipertensão arterial. No Brasil, a doença é diagnosticada em cerca de 33 milhões de brasileiros. Destes, 80% são atendidos na rede pública de saúde.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a quantidade indicada de sódio na alimentação é de, no máximo, duas gramas por dia (o que equivale a cinco gramas de sal). No Brasil, estima-se o consumo médio diário de quase 12g de sal por pessoa, mais que o dobro do recomendado pela OMS. O Ministério da Saúde incentiva o uso moderado de sal no preparo dos alimentos e firmou um contrato com a Associação Brasileira das Indústrias Alimentares (ABIA), em 2011, para reduzir o teor de sódio em alimentos processados no Brasil. A expectativa é retirar, até 2020, mais de 28 mil toneladas de sódio do mercado brasileiro.
De acordo com a Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, ervas frescas como alecrim, manjericão, salsa, cebolinha, tomilho, hortelã e orégano são fontes de vitaminas, minerais e compostos bioativos e possuem valor calórico muito baixo. Os temperos frescos podem ser utilizados em diversas preparações culinárias agregando sabor e aroma a receitas. Uma das dicas do Guia Alimentar para a População Brasileira para reduzir a quantidade de óleo e sal no preparo do feijão, por exemplo, é evitar o uso de carnes salgadas no cozimento e optar por quantidades generosas de cebola, alho, louro, salsinha, cebolinha, pimenta, coentro e outros temperos naturais, bem como outros alimentos, como cenoura e vagem, que acrescentam sabor, aroma e mais nutrientes à preparação.
Ervas frescas ou secas, assim como pimenta, gergelim e outros, agregam sabor às preparações e também ajudam na redução do uso do sal. Em saladas, o uso do limão reduz a necessidade de adição de sal e óleo. Outras combinações podem ser feitas, como o louro em sopas, alecrim em carnes, salsa na macarronada, manjericão no molho de tomate e tomilho na batata.
Desde que utilizados com moderação em preparações culinárias com base em alimentos in natura ou minimamente processados, os óleos, as gorduras, o sal e o açúcar contribuem para diversificar e tornar mais saborosa a alimentação sem que fique nutricionalmente desbalanceada.
Comece a semana com uma nova receita e muito mais saúde!

Fonte: Ana Beatriz Magalhães / Blog da Saúde - Ministério da Saúde

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Vasectomia: Saiba mais sobre indicação, segurança e reversão

A vasectomia é um método contraceptivo que consiste em fazer uma ligadura nos canais responsáveis por conduzir os espermatozoides, impedindo, assim, que cheguem até a uretra, evitando uma gravidez indesejada.
Muitos homens ainda se assustam com a ideia de uma intervenção na área genital, mas, na verdade, trata-se de um procedimento simples, feito através de anestesia local, sem necessidade de internação.
 O gestor Rodrigo Crivelaro, pai de dois filhos, se submeteu a vasectomia há três anos. “A minha experiência foi rápida e indolor. Eu considero um procedimento muito interessante para quem visa o planejamento familiar”, conta.vasectomia       O gestou Rodrigo Crivelaro realizou o procedimento há três anos. Ele é       pai do Enzo (6 anos) e do Lucca (3 anos).
No entanto, nem todos que procuram pela vasectomia estão aptos a realizar a intervenção. O procedimento de esterilização masculina pode ser realizado apenas em homens acima de 25 anos ou que tenham, pelo menos, dois filhos vivos . Além disso, os pacientes têm que ter capacidade civil plena, de acordo com o previsto na Lei nº 9.263/96 de 12 de Janeiro de 1996 e se submeter à cirurgia somente 60 dias depois da manifestação de vontade.
Mas a Coordenadora Nacional de Saúde do Homem, Angelita Herrmann, alerta: mesmo os pacientes aptos precisam passar antes por uma espécie de triagem: “O paciente que deseja realizar a vasectomia passa por uma etapa de conscientização e consentimento que consiste em um processo de entrevistas com profissionais de saúde, como enfermeiro, psicólogo, assistente social e o médico responsável”.
Mais de 35 mil cirurgias de vasectomia são realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por ano. Para realizar o procedimento pelo SUS, é preciso dirigir-se a uma Unidade Básica de Saúde, onde os profissionais vão avaliar e encaminhar o usuário aos serviços especializados. “A busca deve ser feita a partir do serviço de atenção básica, porque o processo começa com essa equipe”, explica Angelita. O SUS realiza em média mais de 35 mil cirurgias de vasectomia por ano.
A taxa de segurança da vasectomia é de 98%, mas recomenda-se o uso de outros métodos contraceptivos, como a camisinha, durante as primeiras relações sexuais após a intervenção. Isso porque nas primeiras ejaculações depois do procedimento ainda pode haver espermatozoides armazenados na parte superior do canal.
É importante destacar que a cirurgia não interfere na atividade sexual. “Ao contrário, me deu mais tranquilidade e liberdade durante a relação, porque não tenho mais preocupação quanto à vinda de um bebê não planejado”, explica Rodrigo Crivelaro.
Reversão
Paralelamente ao aumento do número de homens vasectomizados, têm aumentado o número daqueles que passam a desejar ter novos filhos. A causa mais comum é a constituição de novas famílias com mulheres que ainda não têm filhos. Outras causas eventuais, como falecimento de filhos, também são citadas esporadicamente. Muitos ainda desconhecem dados sobre a real possibilidade de reversão microcirúrgica da vasectomia, que imaginavam ser definitiva. O tempo entre a vasectomia e a sua reversão é de vital importância para a obtenção dos melhores resultados. Nas reversões com menos de três anos após a vasectomia, a chance de obtenção de espermatozóides no esperma ejaculado é de 95 %, com 76 % de taxa de gravidez. Entre 03 e 08 anos, 88 % de espermatozóides no esperma ejaculado. com 53 % de chances de gravidez. Entre 9 a 14 anos, 79 % de espermatozóides no esperma ejaculado e 44 % de gravidez. Após 15 anos, 71 % de permeabilidade dos deferentes com 30 % de gravidez. É importante lembrar que essas taxas de gravidez reportadas são obtidas por meios naturais.
A vasectomia está prevista no SUS, entretanto, até o presente momento, a cirurgia de reversão de vasectomia (vasovasostomia) não consta no rol dos procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde. O cidadão pode entrar em contato com a Ouvidoria do Ministério da Saúde através do telefone 136 para obter mais informações e ser referenciado, caso seja necessário.

Maíra Silveira, para o Blog da Saúde/Ministério da Saúde

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Usados de forma errada, medicamentos podem prejudicar a saúde

Seja para uma doença de longa duração ou passageira, o tratamento precisa ser bem entendido pelo paciente, seu familiar ou cuidador, e seguido com rigor até o final, de acordo com a receita e as orientações do profissional de saúde. O uso do medicamento deve acontecer somente durante o tempo recomendado, não sendo interrompido e nem prolongando sem a devida orientação.
A automedicação e uso irracional de medicamentos pode agravar doenças, já que a utilização de remédios sem a informação adequada pode esconder determinados sintomas. Além disso, há o risco da combinação errada de substâncias, que pode anular ou potencializar o efeito da outra. Mesmo medicamentos ditos como naturais, podem ser perigosos, pois as plantas possuem várias substâncias que agem no corpo, promovendo ações que também podem ser tóxicas.
Para orientar os pacientes, o Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde lançou durante a Conferência Nacional da Saúde, a Cartilha Para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos. Elaborada pelo Comitê Nacional para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos, com uma linguagem simples e acessível. O material informa ao cidadão os cuidados associados ao consumo de medicamentos. 
O coordenador do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos, Marco Pereira, ressalta o perigo do uso indiscriminado dos remédios. “Todo o medicamento é um produto químico que se usado corretamente trás benefícios, mas se usado incorretamente ele pode levar até a morte. O medicamento pode ter sido bem produzido, armazenado, prescrito corretamente, mas se for consumido de forma errada pode prejudicar a saúde. Desde mascarar os sintomas de outra doença, ou em casos mais sérios perder seu efeito. Como foi o que aconteceu com os antibióticos, que foi necessário endurecer a legislação de prescrição, já que vários poderiam não ter mais efetividade”, esclarece o coordenador.
medicamentos 1
Alguns grupos precisam ter atenção especial na ingestão dos medicamentos. Confira as orientações para casa um deles:
Gestantes e Lactantes - só devem utilizar medicamentos, (incluindo fitoterápicos e homeopáticos) sob prescrição de profissional habilitado, pois muitos deles podem ser prejudiciais à sua saúde e à saúde do bebê. Lembre-se de que muitos medicamentos usados pela mãe passam para o bebê através do leite materno, podendo causar problemas à criança.
Crianças - Nem todo medicamento para adultos pode ser utilizado por crianças. É importante orientar as crianças quanto ao perigo do uso de medicamentos e para a necessidade de perguntar a um adulto no caso de dúvida, evitando que possam confundir medicamentos com doces ou balas, por exemplo.
Idosos - Os medicamentos atuam de forma diferenciada nos idosos, aumentando os riscos de intoxicação e de efeitos indesejados. Preste atenção nas queixas e nos desconfortos, principalmente aquelas que são diferentes dos sintomas ou sinais da doença tratada. Em pessoas idosas com problemas de visão e de memória, são frequentes as confusões com medicamentos, principalmente os que têm forma ou aspecto semelhante e embalagens parecidas. Ajude o idoso colocando informações sobre os medicamentos que ele está utilizando (as doses, os horários de administração e o modo de usar) em local visível, de maneira simples, clara e de fácil leitura.
Fonte: Gabriela Rocha/ Blog da Saúde/Ministério da Saúde

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Fique atento - Tosse por mais de 3 semanas pode ser tuberculose

Uma gripe insistente levou a produtora cultural Ana Paula Dantas, 29 anos, a procurar na internet o que os sintomas que ela apresentava poderiam ser. “Eu ficava gripada duas semanas, daí melhorava, e ficava com a garganta inflamada de novo. Acabei vendo na internet que poderia ser tuberculose”. A desconfiança levou a moradora de Brasília a uma unidade de saúde onde foi diagnosticada com a doença.
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, mas também pode ocorrer em outras partes do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). A transmissão acontece de forma direta, de pessoa a pessoa, por meio de pequenas gotas de saliva expelidas ao falar, espirrar ou tossir. Na maioria das vezes, os sintomas mais frequentes são tosse seca contínua, no início da doença, depois tosse com presença de secreção por mais de quatro semanas; cansaço excessivo; febre baixa geralmente à tarde; sudorese noturna; falta de apetite; palidez; emagrecimento acentuado; rouquidão; fraqueza e prostração.
Ana Paula ficou surpresa com o diagnóstico. “Não sabia que a tuberculose era uma doença comum, pensei que não existia mais ou eu não era parte do grupo que pegaria. Temos uma ideia errada que é uma doença que você vai tossir muito, sair sangue. E não foi isso que eu tive.”, conta.
Ana Paula tuberculose
Denise Arakaki , coordenadora do Programa Nacional de Controle da Tuberculose comenta que o histórico da doença contribui para impressão que ela não existe mais. “Por ser uma doença que existe há muitos séculos, por ter tido um declínio importante com boas ferramentas de diagnóstico, medicamentos eficazes e com a melhoria da qualidade de vida geral, a tuberculose foi sendo esquecida. No entanto, a tuberculose continua atual e tem sido uma grande companheira do crescimento desordenado dos grandes centros urbanos. Diagnosticar e tratar precocemente são as melhores formas de interromper a cadeia de transmissão”, explica.
No Brasil, a tuberculose é sério problema da saúde pública. Mas, nos últimos 10 anos, a incidência de casos de tuberculose no Brasil reduziu 20,2%, passando de 38,7 casos/100 mil habitantes em 2006 para 30,9 casos/100 mil habitantes em 2015. Já a taxa de mortalidade passou de 2,2 óbitos para cada 100 mil habitantes, em 2014, contra 2,6 registrados em 2004.
Para atingir a cura é preciso fazer um tratamento, que está disponível gratuitamente no SUS, por um período mínimo de seis meses, sem interrupção. Na prática, nos dois primeiros meses de tratamento o paciente já está se sentindo melhor, sem sintomas, mas falta de adesão, o abandono ou o uso irregular dos medicamentos podem causar resistência dos bacilos ao tratamento, o que complica o quadro clínico e demanda tratamento com muitos medicamentos e por um maior período de tempo (18 a 24 meses).
Em seu oitavo mês de tratamento, a produtora foi acompanhada de perto por um médico de uma unidade de saúde em Brasília, “Como fiquei quatro meses sem saber o que eu tinha, o diagnóstico já foi um pouco tarde. Quando completei seis meses de tratamento, fiz alguns exames que atestaram que eu não estava curada e necessitaria de mais três meses. O médico é muito atencioso e ele mesmo me entrega os remédios e sempre me lembra da importância de continuar o tratamento e não desistir”, explica.
Para prevenir as formas mais agressivas da doença é necessário imunizar as crianças, no primeiro ano de vida, ou no máximo até quatro anos, com a vacina BCG. O risco de transmissão é maior entre pessoas que vivem em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar.
Ana Paula deixa um alerta sobre a doença “Ainda existe um preconceito muito grande. Até minha mãe, no começo, quando soube que estava com tuberculose, achava melhor que eu não contasse para as pessoas. Muitas pessoas acham que é uma doença de gente boêmia e eu não bebo, fumo ou uso drogas. Teoricamente eu não faria parte deste estereótipo. Ao mesmo tempo que agente acha que é uma doença muito distante, não é”.
Fonte: Gabriela Rocha/ Blog da Saúde/Ministério da Saúde

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Cinco fatos que você precisa saber sobre a cirurgia bariátrica no SUS

Qual é o primeiro passo para quem deseja fazer a cirurgia bariátrica no Sistema Único de Saúde (SUS)?
A cirurgia bariátrica deve ser considerada o último recurso para quem luta contra a obesidade. A intervenção cirúrgica é parte do tratamento integral da doença, mas que prioritariamente aborda a promoção da saúde e no cuidado clínico.
Para ser um paciente com indicação para a cirurgia, ele não deve ter respondido ao tratamento clínico. Ou seja, recebeu orientação e apoio para mudança de hábitos, realizou dieta, teve atenção psicológica, realizou atividade física e, em alguns casos, fez uso de medicamentos por, no mínimo, dois anos.
Esgotadas as possibilidades de tratamento clínico (medidas comportamentais e medicamentos), o paciente poderá ser avaliado para fazer a cirurgia bariátrica.
Confirmada a indicação da cirurgia, ele irá para o preparo pré-operatório, que inclui acompanhamento psicológico, nutricional e avaliação médica com especialistas, de acordo com a necessidade e avaliação da equipe multidisciplinar.
Dados do Ministério da Saúde mostram que houve um aumento no número de cirurgias bariátricas realizadas pelo SUS entre 2010 e 2015 - o aumento foi de 4.489 para 7.530 procedimentos.
Há alguma restrição de idade?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu a classificação do excesso de peso e da obesidade baseada no índice de massa corporal (lMC) para adultos de ambos os sexos. O lMC é obtido por meio da divisão do peso (quilogramas) pelo quadrado da altura (metros).
Pessoas com lMC de 25 a 29,9 kg/m² foram classificados como acima do peso ideal ou sobrepeso, já que o ponto de corte para a definição de obesidade é lMC≥ 30 kg/m². Quando este índice é igual ou superior a 40 kg/m², a obesidade é denominada mórbida ou grave, o que corresponde aproximadamente a 45 kg acima do peso ideal. O termo super obeso é usado para designar os pacientes com lMC≥ 50 kg/m².
Podem realizar o tratamento cirúrgico, segundo protocolo do Ministério da Saúde:
a. Pessoas que apresentem IMC ≥50 Kg/m2;
b. Pessoas que apresentem IMC ≥40 Kg/m², com ou sem doenças associadas, sem sucesso no tratamento clínico por no mínimo dois anos.
c. Indivíduos com IMC > 35 kg/m2 e com problemas de saúde como alto risco cardiovascular, Diabetes Mellitus e/ou Hipertensão Arterial Sistêmica de difícil controle, apneia do sono, doenças articulares degenerativas sem sucesso no tratamento clínico.
d. Nos jovens entre 16 e 18 anos, a cirurgia poderá ser indicada após avaliação de dois profissionais para que seja analisada a fase de crescimento.
A cirurgia bariátrica está disponível em todos os estados?
Atualmente, o SUS conta com 75 hospitais habilitados para atendimentodas pessoas com obesidade, em 21 estados: Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
O paciente que precisar da cirurgia onde não há oferta do tratamento poderá receber um encaminhamento para outro estado, através da Central Nacional, que irá encaminhá-lo para o hospital habilitado.
(Buscar contato, telefone) – importante colocar esse telefone, se houver
Por que é importante envolver outros profissionais de saúde no processo que antecede a cirurgia (psicólogo, nutricionista e fisioterapeuta)?
A obesidade é uma doença que envolve vários fatores e, por isso, seu tratamento necessita de uma equipe multiprofissional. É importante lembrar que a participação de uma equipe multiprofissional integrada é fundamental para compreender o indivíduo em sua totalidade. As orientações nutricionais são essenciais, uma parte essencial do tratamento, pois direcionam as escolhas alimentares do paciente. O tratamento psicológico é fundamental para cuidar do paciente por dentro e por fora. A atividade física é considerada parte integral da perda e manutenção do peso.
Fazem parte da equipe:
a) Médico especialista em cirurgia geral ou cirurgia do aparelho digestivo;
b) Nutricionista;
c) Psicólogo ou Psiquiatra;
d) Clínico geral ou endocrinologista.
No suporte dessa equipe ainda poderão contribuir, parte da equipe do hospital, os seguintes profissionais:
a) Clínico geral, cardiologista, pneumologista, endocrinologista, angiologista/cirurgião vascular e cirurgião plástico;
b) Anestesiologista;
c) Equipe de Enfermagem;
d) Assistente Social,
e) Fisioterapeuta.
Há alguma contraindicação à cirurgia?
Alguns pacientes, mesmo estando dentro dos critérios mencionados, podem apresentar situações específicas que devem ser avaliadas - o que pode ser motivo de contraindicação ao tratamento. Seguem algumas restrições:
1. Adolescentes: só podem ser operados pacientes com mais de 16 anos. Mesmo assim, pacientes que tenham entre 16 e 18 anos necessitam de avaliação clínica e psicológica especial, consentimento da família e aprovação de comissão de ética do hospital aonde será feita a cirurgia.
2. Idosos com mais de 65 anos: esses pacientes necessitam avaliação pré-operatória especial, de preferência com médico geriatra, para avaliação dos benefícios da cirurgia.
3. Pacientes com antecedentes de doença psiquiátrica, alcoolismo ou uso de drogas: esses pacientes necessitam de avaliação psiquiátrica detalhada para se estabelecer o controle ou não de doenças psiquiátricas pré-existentes e do vício.
4. Pacientes com cirurgias abdominais prévias: pode dificultar a realização da cirurgia e deve ser avaliado pelo cirurgião.
5. Portadores de doenças crônicas (anemia, insuficiência renal, doenças do fígado, doenças endócrinas entre outras): embora não se constituam em contraindicações absolutas, podem aumentar o risco cirúrgico ou interferir na escolha da técnica que será empregada.
Vale destacar: Em situações consideradas extremas, a exigência de dois anos de tentativa de tratamento clínico para indicação cirúrgica pode ser extinta. É o caso dos pacientes super obesos, ou seja, que têm IMC superior a 50 Kg/m².
No entanto, esta situação não exime o paciente de passar por todas as fases de avaliação pré-operatória, essenciais para a segurança e sucesso do tratamento e obrigatória para todos os pacientes, que incluem: avaliação clínica com endocrinologista e cardiologista, avaliação nutricional, avaliação psiquiátrica ou psicológica.
Gabi Kopko, para o Blog da Saúde, Ministério da Saúde