quarta-feira, 6 de julho de 2016

O QUE FAZER EM CASO DE DIARREIA


Muita gente não sabe, mas a diarreia  é a segunda maior causa de morte de crianças no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). A cada dia, 15 crianças morrem vítimas da doença no Brasil.
O que caracteriza a diarreia são o número excessivo de evacuações e a mudança de consistência das fezes. Ir ao banheiro muitas vezes e apresentar  fezes muito amolecidas ou praticamente líquidas são sinais de diarreia.
Há vários tipos de diarreia, que pode ser causada por agentes nocivos ao organismo, como vírus, bactérias ou parasitas, pelo uso de determinados medicamentos e ainda por algumas doenças mais graves.
A diarreia aguda tende a cessar espontaneamente em poucos dias. O principal risco da diarreia é a desidratação. Para evitá-la, o paciente deve ingerir de 2 a 3 litros de líquido por dia.
Atenção: se os sintomas persistirem por mais de dois dias ou houver sangue nas fezes ou outro sintoma (como febre, por exemplo), procure orientação médica.
Em caso de diarreia:
1. Tome bastante líquido (cerca de 2 a 3 litros por dia). Dê preferência ao soro caseiro* ou a bebidas que contenham sódio e potássio, como água de coco. É importante ingerir de 50 a 100 ml (1 copo e meio) de líquido depois de cada ida ao banheiro. Atenção: pessoas com pressão alta, doenças renais ou cardíacas, glaucoma, entre outras não podem ingerir sódio em grandes quantidades. Se você tem alguma doença crônica e apresentar diarreia, consulte seu médico;
2. Mantenha o aleitamento materno, caso o paciente ainda seja lactente. Pessoas de outras faixas etárias devem manter a alimentação, mas evitar alimentos gordurosos e com resíduos, como bagaço de frutas e salada. (Veja a lista de alimentos mais adequados em caso de diarreia aqui:(http://drauziovarella.com.br/letras/d/como-se-alimentar-em-caso-de-diarreia/);
3. Lave bem as mãos depois de usar o banheiro e antes das refeições;
4. Preste atenção às crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas, pois eles desidratam mais depressa.
*Modo de preparo do soro caseiro:

Em um litro de água mineral, filtrada ou fervida (mas já fria), misture uma colher pequena (café) de sal e uma colher grande (sopa) de açúcar. Mexa bem e ofereça ao doente em pequenas colheradas durante o dia.

Fonte: drauziovarella.com.br

terça-feira, 5 de julho de 2016

SINAIS DE INFARTO PODEM SURGIR COM SEMANAS DE ANTECEDÊNCIA


A morte do ator José Wilker, 69 anos, vítima de um infarto em 2014, levantou a seguinte questão: antes de parar de funcionar de vez, o coração não emite nenhum sinal? Segundo o cardiologista Marcelo Cantarelli, coordenador da campanha “Coração Alerta”, ao conversar com familiares muitas vezes descobre-se que a pessoa se queixou de queimação no estômago ou dor nas costas dias antes do ataque, mas que na ocasião o problema passou e não foi levado muito a sério. É aí que mora o problema.
Coração Alerta: Quais são os sinais mais típicos de que o coração não está bem?
Marcelo Cantarelli: Normalmente, entre uma ou até duas semanas a pessoa apresenta alguns sintomas para os quais ela não vai dar muita bola, pois são passageiros, como uma angina leve. É muito comum indivíduos sentirem dor no estômago, sensação de enjoo e mal-estar. A pessoa pode até ir ao pronto-socorro, ser medicada, mas dificilmente vai associar a um caso de infarto. Então, alguns dias depois ela acaba infartando. Portanto, a dica é ficar atento, pois se é algo que você nunca sentiu talvez seja necessário investigar. Procure um médico para saber se o seu coração está bem, pois esses sintomas podem indicar que o músculo cardíaco não está recebendo sangue de maneira adequada.
Coração Alerta: Qual a diferença entre um infarto fulminante e um “comum”? 
Marcelo Cantarelli: Infarto fulminante é um termo criado justamente para designar o infarto agudo do miocárdio, ou seja, quando o indivíduo não consegue um atendimento rápido, emergencial, e morre antes de chegar ao hospital.
Nesses casos, eles são infartos que entopem o início da coronária, na região do tronco onde nascem as artérias. Imagine as artérias como os galhos de uma árvore. Se cortamos a raiz, o estrago é enorme e a árvore pode morrer. Agora, se cortarmos algumas ramificações, o problema pode ser revertido. São entupimentos importantes, que podem desencadear uma arritmia fatal. Se essa arritmia aparecer muito precocemente, o coração simplesmente para e, se o músculo não for reanimado, o coração pode não voltar. Por isso chamamos de “fulminante”.
No “comum”, se podemos assim dizer, a obstrução existe, mas pode não ser tão grave quanto a do fulminante, já que acomete uma artéria mas o coração ainda é irrigado por outras. Por algum motivo, a placa de gordura presente na parede dessa artéria se rompe. Para tentar “fechar” essa rachadura que se formou no vaso, elementos do sangue começam a se juntar na artéria, formando coágulos que impedirão a passagem do próprio sangue e aumentando a obstrução. O indivíduo pode sentir um dor no peito, que se irradia pelo braço. É o sintoma mais clássico. Quando a artéria se fecha de vez, acontece o infarto e deve-se correr imediatamente para o hospital.
Coração Alerta: Como dores tão diferentes (queimação, dor nas costas) podem sugerir um infarto?
Marcelo Cantarelli: O coração é um órgão tridimensional. Ele está apoiado sobre o diafragma, então encosta um pouquinho na parte de trás e da frente do nosso tórax. Dependendo da parede do coração que está sofrendo infarto (da frente, de baixo, de trás), o sintoma sentido pode ser diferente. Além disso, a dor pode irradiar  e ir para o braço, subir para o pescoço. Outro fator que influencia é que o cérebro pode decodificar a dor como se ela viesse de outro órgão cuja inervação passa próximo do coração.
Fonte: drauziovarella.com.br/

quinta-feira, 30 de junho de 2016

MEDICAMENTOS GENÉRICOS, SIMILARES E DE MARCA: QUAL A DIFERENÇA?


Talvez já tenha lhe ocorrido a cena a seguir. O médico prescreve ao paciente um medicamento, ele vai até a farmácia com a receita e o farmacêutico então lhe indaga: “Você prefere o genérico, o similar ou o de marca?”.
A pessoa então pergunta o preço, se os produtos são diferentes ou não e, no fim, ainda sai com dúvida. Afinal, existe alguma diferença entre os tipos de medicamentos? Embora eles sejam semelhantes, preparamos um guia rápido para ajudá-lo a sanar suas dúvidas. Confira:
– Medicamentos de referência ou de marca: quando uma farmacêutica descobre um  medicamento novo, ela tem de registrá-lo no órgão federal responsável pela vigilância sanitária do país (no caso do Brasil, a Anvisa). É preciso comprovar cientificamente a eficácia, segurança e qualidade do produto na ocasião do registro. Para isso, são necessários estudos, pesquisas e testes, o que gera custos altos que serão revertidos no preço do produto. Um medicamento de referência, normalmente, leva mais de um ano para ser aprovado pela Agência.
Os remédios de marca em geral estão no mercado há um bom tempo, são bastante conhecidos pelo seu nome comercial e normalmente estão entre os primeiros que surgiram para curar determinada doença.
Na embalagem sempre há o nome inventado pela farmacêutica (nome fantasia do produto), o do princípio ativo e o da empresa que criou a fórmula.
Quando o período da patente expira – esse prazo varia de acordo com as leis de cada país, mas no Brasil o tempo de comercialização sem concorrentes é de 20 anos -, outros laboratórios são autorizados a produzir o mesmo medicamento.

– Medicamentos similares: são uma cópia do medicamento de referência, com o mesmo princípio ativo, a mesma concentração, via de administração, posologia e indicação terapêutica, além de precisarem passar obrigatoriamente pelos mesmos testes de bioequivalência e biodisponibilidade. Por exemplo, se o medicamento de referência começa a fazer efeito depois de 1 hora, os similares devem seguir o mesmo padrão.
Segundo a Anvisa, eles só podem ser diferentes em características relativas ao tamanho, prazo de validade, embalagem e rotulagem. Na prática, o que muda mesmo é o nome comercial do medicamento.
– Medicamentos genéricos: os genéricos são uma cópia idêntica dos medicamentos de marca, pois têm a mesma composição química. Portanto, é possível tomar o remédio genérico no lugar do de marca e vice-versa, com toda segurança.
A lei dos genéricos no Brasil foi implantada em 1999 com o objetivo de ampliar o acesso da população aos medicamentos, principalmente os pacientes de doenças crônicas, como diabetes. Para ser identificados, precisam conter na embalagem uma tarja amarela e logo abaixo do nome do princípio ativo, a frase “Medicamento genérico – Lei 9.787/99”.
Muitos consumidores têm receio quanto à qualidade do produto, já que seu preço é inferior. No entanto, esse temor não procede, pois desde o início da implantação da política dos genéricos no país, esses medicamentos passam por testes de comprovação de qualidade. Em tese, eles são mais baratos porque em seu preço não estão embutidos gastos com propagandas, nem custos de pesquisa para o desenvolvimento do produto novo.
Por lei, os genéricos devem ser até 30% mais baratos. Por exemplo, se determinado medicamento de referência custa R$ 20,00, o genérico deve custar até R$ 14,00. Como são os laboratórios que estimam o preço, nada impede que ele seja ainda mais barato.
Fonte: drauziovarella.com.br

quarta-feira, 29 de junho de 2016

ANGIODEMA PODE SER CONFUNDIDO COM ALERGIA

Imagine acordar um dia com os lábios tão inchados que seu rosto assume um aspecto desfigurado. Ou então ficar com os pés edemaciados a ponto de não conseguir andar. Ao procurar um pronto-socorro achando que pode estar com alergia a um medicamento ou alimento, você recebe altas doses de antialérgicos, corticoides e epinefrina que não alteram o quadro clínico. Após alguns dias, o inchaço persiste, mas você não sente dor. Quem passa por isso tem risco de ter uma doença pouco conhecida chamada angiodema hereditário (AEH).
O organismo do portador dessa enfermidade rara não possui uma proteína específica denominada inibidor de C1-esterase. Todos nascemos com a proteína, que ajuda a regular diversas reações do organismo, inclusive as inflamatórias. Nos portadores de AEH, as reações inflamatórias acontecem sem interrupção justamente porque o organismo não tem o inibidor do sistema inflamatório e libera no sangue, de maneira descontrolada, uma substância chamada bradicinina que ocasiona os edemas. Com isso, as crises podem durar  em média até cinco dias, dependendo de cada indivíduo. A pessoa não apresenta febre, somente uma mudança de temperatura no local do inchaço, que fica mais quente por causa do próprio edema.
A médica especialista em alergia e imunologia dra. Anete Grumach explica que a prevalência da doença na população é de 1 para cada 50 mil indivíduos, portanto a doença é rara. Ainda assim, segundo o censo da Abranghe (Associação Brasileira de Portadores de Angioedema Hereditário), já foram cadastradas no Brasil 845 pessoas com a enfermidade. Um indivíduo com AEH tem 50% de probabilidade de transmitir a doença a um filho.
“O inchaço pode ocorrer nos tecidos subcutâneos das mãos, dos pés, da face e dos órgãos genitais, bem como nas mucosas do trato gastrintestinal, da laringe e de outros órgãos internos, como por exemplo, o intestino”, diz a médica.
O edema abdominal causa bastante dor e na grande maioria das vezes é diagnosticado como apendicite ou até mesmo verminose. “Muitos pacientes vão para a mesa de cirurgia como se tivessem apendicite. Os médicos abrem [o abdômen] e não encontram nada, somente um inchaço. Fizemos uma pesquisa com os portadores e aproximadamente 6% foram submetidos a cirurgias desnecessárias”, explica Grumach.
Foi o que aconteceu com Raquel de Oliveira Martins, presidente da Abranghe. Ela costumava dar entrada nos hospitais com fortes dores abdominais e os médicos sempre lhe receitavam remédio para tratar verminose. Às vezes a doença se manifestava por meio de edemas nas mãos e  no rosto, que surgiam sem motivo e eram diagnosticados como processo alérgico de causa desconhecida. Levou alguns anos até que, finalmente, em 1973, um especialista do Hospital das Clínicas de São Paulo descobriu o que ela de fato tinha.
Uma das filhas de Raquel, Renata, também tem AEH. Ainda assim, apesar dos cuidados que a doença exige, ela conta que é possível levar a vida normalmente.
“Minha filha apresentou os primeiros sintomas aos cinco anos de idade, mas isso não a impediu de seguir em frente. Ela nunca faltou à escola por causa da doença. Na época, ela gostava muito de jogar vôlei, então sempre tinha inchaço nos pés e nas mãos depois dos jogos. Hoje ela faz até caminhada, mesmo sabendo que os pés ficarão inchados no fim. Já até correu uma maratona. Mas não reclama e não deixa de fazer o que gosta por causa disso. Existem medicamentos que controlam e aliviam as crises, mas ainda assim, não é possível evitá-las”, revela Raquel.
É por isso que atividades que tenham algum impacto físico, como, por exemplo, praticar exercícios, ir ao dentista ou tomar um simples sorvete podem ser “perigosos” para um portador de angiodema. Isso porque as crises têm desencadeantes variados, que vão desde a um trauma físico, estresse, infecções até TPM (tensão pré-menstrual).
“É preciso evitar tomar sorvete para não agredir a garganta, por conta das crises que podem acometer a região da laringe. Se isso acontecer, o risco de morrer asfixiado é enorme”, relata Raquel.
Apesar do AEH não ter cura, é possível controlá-lo. O tratamento inicial é preventivo. Pode-se, por exemplo, estimular a produção da proteína com hormônios para evitar o surgimento do inchaço. Já nas crises é possível controlar a dor abdominal e/ou diminuir o risco de asfixia repondo a proteína faltante ou não funcionante, porém, o medicamento que cumpre essa função só estará disponível no Brasil em agosto deste ano.
Há também um medicamento que atua como inibidor do receptor de bradicinina, que age rapidamente para tratar as crises agudas.
Fonte: drauziovarella.com.br

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Bebidas muito quentes aumentam risco de desenvolver câncer de esôfago

Bebidas ingeridas em temperatura acima de 65°C são provavelmente cancerígenas (grupo 2A na lista de agentes cancerígenos para humanos) e podem aumentar a incidência do câncer no esôfago. É o que revela a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (15), pela Agência Internacional para a Pesquisa sobre Câncer (IARC, em Inglês) e publicada na revista científica The Lancet.
O estudo, que teve início em novembro, contou com 23 pesquisadores de dez países e teve como base mil estudos observacionais e experimentais. Foram analisados o café e o mate, por serem muito consumidos no Brasil. O vice-diretor do Instituto Nacional do Câncer (INCA), Luis Felipe Ribeiro Pinto, que também atuou entre os pesquisadores, afirma que a relação do câncer e a ingestão do líquido está na temperatura e não na bebida em si. Ou seja, em temperaturas normais, a ingestão dessas bebidas não possui efeito cancerígeno. 
O câncer de esôfago tem um índice baixo de sobrevida em cinco anos, por isso as taxas de mortalidade aproximam-se das taxas de incidência. Segundo o relatório de Estimativa 2016 do Instituto Nacional do Câncer (INCA), de 456 mil casos em 2012, 400 mil foram a óbito. Além disso, para o ano de 2016, apenas no Brasil, esperam-se 10.810 novos casos da doença. Sendo assim, algumas pequenas mudanças de hábito, como ingerir líquidos em temperaturas apenas abaixo de 60°C, podem ajudar a evitar o câncer.

“Não há achismo. Temos dados científicos que comprovam esse resultado. Nossa avaliação foi extremamente criteriosa, com parâmetros estabelecidos. Além disso, todo o processo foi transparente, representativo, minucioso e criterioso”, explica o vice-diretor do INCA. Luis Felipe também lembra que principalmente em regiões como no Sul do país, que tende a atingir temperaturas mais baixas, a ingestão de bebidas muito quentes é comum. O relatório de Estimativa 2016 ainda calcula que sem considerar os tumores de pele não melanoma, só no Sul, o câncer de esôfago em homens é o quinto mais frequente (16,86/100 mil), e o 11º mais frequente para mulheres (5,34/100 mil). 

A indicação de prevenção ao agente cancerígeno relacionado a temperatura é nunca consumir bebidas com mais de 60°C. Duas sugestões de como evitar a ingestão são: assim que a fervura tenha acabado, o líquido seja colocado em uma superfície fria por cinco minutos, ou medir com um termômetro o tempo médio que a bebida leva para reduzir a temperatura e usar como base para as próximas vezes.

Fonte: Aline Czezacki, para o Blog da Saúde. Com informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Pílula do dia seguinte: perguntas e respostas


Há muitas dúvidas acerca da pílula do dia seguinte. Ela é abortiva? Depois de ter feito sexo desprotegido, tenho quanto tempo para tomá-la? Ela é eficaz? Posso tomá-la mais de uma vez por mês?
Com o objetivo de esclarecer algumas dúvidas sobre o contraceptivo de emergência (pílula do dia seguinte), que é vendido sem receita médica nas farmácias ao custo de aproximadamente R$ 20,00, conversamos com o dr. Donizetti Ramos dos Santos, médico do Núcleo de Mastologia do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, e com a dra. Marta Curado, presidente da Comissão de Anticoncepção da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
Quando devo usar a pílula do dia seguinte?
A pílula do dia seguinte é um contraceptivo de emergência, portanto deve ser utilizada somente em último caso. Nos Estados Unidos a chamam de plano B. Ela deve ser usada quando, por exemplo, a camisinha estoura no momento da ejaculação. Ou então quando a menina se esquece de tomar  a pílula anticoncepcional durante dois, três dias e só se lembra no momento do coito. Em casos de estupro ela também é amplamente utilizada. Portanto,  não se deve fazer de seu uso um hábito nem tomar mais que uma dose por mês. É importante ressaltar a importância desse medicamento na vida das mulheres, pois ele tem diminuído em mais de 50% a taxa de gravidez indesejada e evitado milhares de abortamentos.
A pílula tem alguma contraindicação?
Mulheres com distúrbios metabólicos, principalmente insuficiência hepática e tromboembolismo venoso devem evitar tomar o medicamento. É importante conversar com um médico antes.
Posso tomar a pílula mais de uma vez por mês?
Não é recomendado, pois ela perde a eficácia, aumentando o risco de gravidez. Além disso, graças a sua alta dose de componentes hormonais, ela pode causar reações adversas como náuseas, alteração do ciclo menstrual, dor de cabeça e diarreia.
Como a pílula do dia seguinte age no organismo? Ela é abortiva?
Não. O principal objetivo da pílula é bloquear a ovulação e com isso dificultar a incidência de gravidez. Caso a mulher não tenha ovulado, o anticoncepcional de emergência deverá impedir ou retardar a liberação do óvulo, evitando a fertilização. A pílula não deixa formar o endométrio gravídico (camada que recobre o útero para receber o óvulo fecundado e cuja descamação dá origem à menstruação).
Depois do sexo desprotegido, quanto tempo tenho para tomar a pílula?
O ideal é que a mulher tome a pílula o mais próximo possível da relação sexual desprotegida. Mas ela tem até 3 dias (72 horas) para fazer isso. Nas primeiras 24 horas, por exemplo, a eficácia da pílula é de 88%. O medicamento é vendido em dose única e em dois comprimidos. Solicitamos que a mulher tome um comprimido e espere 12 horas para tomar o outro. Entretanto, para não haver esquecimento, ela pode tomar os dois de uma vez também.
É necessário receita médica para adquiri-la?
Não. Nos postos de saúde a receita também não é mais exigida, o que foi um enorme avanço em termos de saúde pública. Antes a mulher tinha que esperar quase dois meses para consultar um ginecologista. Nesse meio tempo, se ela esperasse a pílula, já estaria grávida. Atualmente, a mulher pode ir até o posto e se não tiver um médico de plantão, o próprio enfermeiro está autorizado a fornecer o medicamento a ela. Além disso, se ela for menor de idade, não é preciso estar acompanhada dos pais.
Normalmente o enfermeiro ou o técnico de enfermagem vai sugerir que ela converse com um médico posteriormente com o objetivo de ver se ela não está utilizando esse medicamento como único método contraceptivo, o que não é indicado.
Após utilizar o contraceptivo de emergência, posso continuar tomando pílula anticoncepcional ou tenho que esperar menstruar?
Espere vir a menstruação e comece a tomar uma nova cartela de pílula. Mas não faça sexo desprotegido, a pílula do dia seguinte não tem efeito cumulativo.
Fonte: drauziovarella.com.br/

quarta-feira, 15 de junho de 2016

A vida na menopausa


As mulheres em geral entram na menopausa por volta dos 50 anos. Um pouco antes dessa idade, costumam experimentar, algumas de forma devastadora, sintomas como diminuição da libido, ondas de calor alternadas com arrepios de frio, astenia, secura vaginal, depressão, entre outros.
A intensidade dos sintomas varia, mas eles afetam por volta de 80% das mulheres. Apesar de poucas passarem imunes a eles, não se sabia muito sobre sua duração até a divulgação, este ano, do maior estudo sobre saúde da mulher (SWAN, sigla em inglês), publicado na revista científica americana JAMA.
Os pesquisadores analisaram 1.499 mulheres na perimenopausa (fase que antecede a menopausa) por pouco mais de 7 anos, nos Estados Unidos.
Os resultados revelaram, por exemplo, que os calores, um sintoma que costuma incomodar bastante, só começaram depois da parada das menstruações em 20% dos casos; em 66%, o início se deu no período em que as menstruações se tornaram irregulares; e em 13%, surgiram ainda na vigência dos ciclos menstruais.
O fato surpreendente do estudo foi mostrar que o período das ondas de calor, que é desagradável para a maioria das mulheres, pode ser longo: em metade das participantes, não chegou a durar 7,4 anos, mas na outra metade, ultrapassou esse período.
Na década de 1960, quando a expectativa de vida era de 48 anos (dado do IBGE), a mulher que entrava na menopausa já estava próxima do fim da vida. A maioria tinha netos, e pouco se esperava dela além de que se comportasse como uma avó carinhosa e acolhedora.
Portanto, pouco importava se a mulher precisava conviver com sintomas como secura vaginal, pele ressecada e flácida, queda de cabelo e depressão. Os calores, então, que muitas vezes chegam a ponto de molhar a roupa, eram algo constrangedor com que se tinha de conviver, de preferência sem fazer alarde.
Hoje a expectativa de vida no Brasil, ainda segundo o IBGE, é de quase 75 anos. Pressupondo que a mulher entre na menopausa ao redor dos 50 anos e que seus sintomas se iniciem até alguns anos antes desse período, a mulher terá de conviver com a menopausa por pelo menos 25 anos.
É bastante tempo. Pedir que ela abra mão de uma vida sexual satisfatória e que aceite se sentir mal física e psicologicamente por tantos anos é no mínimo cruel.
Os sintomas da menopausa, portanto, são um problema que ela não deve mais enfrentar sozinha e escondida.
Contudo, se esse aspecto da fisiologia humana não é bem conhecido, por que se demorou tanto para lançar um estudo completo como o SWAN e se investe pouco em pesquisas nessa área?
A resposta é simples, embora constrangedora: porque a menopausa acontece com as mulheres. E elas vêm enfrentando essa fase da vida caladas e resignadas.
A menopausa, contudo, não deve ser encarada como o fim da vida, mas como um período longo e importante dela, em que ainda há muito a se fazer.
Para enfrentar seus sintomas desagradáveis, as mulheres precisam estar amparadas por profissionais de saúde que saibam identificá-los e tratá-los, quando for o caso. E ela deve exigir isso.
A mulher tem de se recusar a viver infeliz consigo mesma, aceitando menos do que merece: percorrer o último terço da vida de forma plena.
Fonte: Mariana Fusco Varella